Entrevista a Minotauro

Rodrigo Minotauro não vê a hora de lutar no Brasil. A afirmação foi feita por ele mesmo em entrevista concedida ao Abril.com, quando a lenda do MMA mundial também comentou sobre outros assuntos como o crescimento da modalidade no país, sua provável próxima luta com Mirko Cro Cop e até mesmo sobre a última luta de seu irmão, quando a polêmica marcou a vitória de Minotouro contra Jason Brilz.

Minotauro ainda falou sobre sua vibração ao ver Fabrício Werdum finalizando Fedor Emilianenko no Strikeforce e fez uma previsão para a sua categoria no futuro próximo: Júnior Cigano vai dominar os pesados em breve.

Confira a entrevista exclusiva que Rodrigo Minotauro concedeu ao Abril.com, onde ele falou um pouco de tudo sobre MMA, dá previsões para o seu futuro na categoria e revela seu desejo de lutar na terra-natal:

Para começar, é bom tirar logo uma dúvida: contra quem é a sua próxima luta? Todo mundo comenta sobre Cro Cop. É verdade?

Rodrigo Minotauro – Não tem nada certo. Tem bastante especulação, né? Mas eu adoraria fazer essa luta. Estou na expectativa de que isso aconteça. Mas ainda está sem nada assinado. No momento, treino sem adversário definido, um pouco na Bahia, com Dórea, e já já volto para os Estados Unidos.

E a sua última derrota? Já se conformou em perder para o Cain Velásquez?

Rodrigo Minotauro - Eu penso em voltar, voltar às vitórias. Naquele dia, ele estava melhor do que eu. Meu golpe passou bem perto e o dele entrou. Passou a um dedo da cara dele se você reparar bem. Foi uma fatalidade. Não tiro o mérito, ele é um dos melhores e definiu naquele segundo.

Por falar nele, seria uma grande luta entre Cain Velásquez e Cigano, não?

Rodrigo Minotauro – Seria um verdadeiro lutão. São dois caras novos, com tesão de vitória. Aproveito para fazer uma previsão antecipada: a disputa de cinturão vai ser entre eles. Com certeza. O Cain ganha o próximo desafio, e o Cigano vai ganhar de todo mundo!

Esquecendo o pupilo para falar do irmão. O que está achando dele no UFC? Achou justa a vitória dele contra o Jason Brilz?

Rodrigo Minotauro – O Brilz se superou. Foi muito bem. Mas o Rogério ganhou. Ele levou o 1º round, perdeu o 2º e venceu no 3º. Mas com ele era zebra, todo mundo falou dele.

Mas você não achou nem um pouco polêmica?

Rodrigo Minotauro – Acontece que o Joe Rogan falou que o Brilz ganhou. Se acontece de um americano vir aqui e lutar contra um brasileiro, aconteceria a mesma coisa. Se o brasileiro equilibrasse a luta, com certeza iam falar que ele ganhou. E o público certamente vaiaria se dessem a vitória para o estrangeiro.

E a próxima luta dele é mesmo contra o Rampage?

Rodrigo Minotauro – Não tem nada certo também. Falaram bastante sobre isso também. Seria uma excelente luta para ele, mas não tem contrato assinado pelo que eu sei.

E falando do MMA aqui no país. Como você tem visto a modalidade por aqui?

Rodrigo Minotauro – Olha, está bem legal. O público jovem tem acompanhado, o mais velho também. Todo mundo. É diferente do boxe. Um amigo meu outro dia falou: pô, meu pai é seu fã e tem 65 anos. Meu filho tem 9 anos e também é seu fã!

Então, o que precisa para explodir de vez?

Rodrigo Minotauro – As pessoas estão acompanhando mais o MMA. Você pode reparar em lutas por aí. E olha, tem bastante mulher também. Coisa de 40%. O esporte realmente cresceu, é super popular, mas a TV aberta precisa investir ainda mais. Como já tem acontecido por aqui.

Os eventos nacionais têm crescido um pouco também, mas não são o suficiente, certo?

Rodrigo Minotauro – Eu vejo o MMA como os times de futebol trazendo os eventos de volta. Os eventos estão trazendo as grandes estrelas de volta, como fizeram alguns times de futebol. Eu mesmo nunca lutei no Brasil. Meu irmão já lutou no Jungle Fight, mas eu ainda não.

Quem sabe no UFC no Brasil? Em 2011 deve acontecer, né?

Rodrigo Minotauro – Olha, tomara. Eu estou na expectativa de lutar por aqui. Muita gente está falando desse suposto UFC no Brasil, mas também nada de certeza. Me amarraria muito de lutar aqui.

Por falar no Brasil, quem você pode apontar como grande aposta, esquecendo o Cigano, claro.

Rodrigo Minotauro – Eu acredito muito no Fábio Maldonado. Ele é o melhor aqui no país. Bate duro, faz lutas emocionantes, não tem medo de soco.

Para terminar, vamos falar de outro brasileiro: Fabrício Werdum.

Rodrigo Minotauro – Nossa! Foi um espetáculo. Sou fã do Fedor, sem dúvida é um lutador peso-pesado mais completo, mais duro, vinha espantando uma galera. Mas o Werdum foi preciso, foi melhor, encaixou um triângulo lindo. O jiu-jitsu reinou naquela noite. Eu estava treinando com alguns caras que treinaram o Werdum. E todos estavam falando que ele ia ganhar, que estava na sua melhor fase, magro, estava no shape mesmo. Além disso, não vi o Fedor tão animado. E ainda pensei: o Fedor escapou do meu triângulo algumas vezes, mas o Werdum não deixou ele escapar!

Fonte: Abril.com